(Pelas Ruas de Santiago de Compostela)
Tenho um certo prazer em perceber que, das várias catalogações
que me perseguem, a “homofobia” continua a ser uma delas. Não sei se padeço
dessa, sei que o meu imaginário de construção sócio-relacional ( ,a convicção
holística do humano) deseja algo bem diferente para as pessoas que conheço e para as do mundo em geral. E não
trato mal as que optam por outros caminhos…
Mas não deixo de me inquietar com todos os aquele que
se arvoram do mais esclarecido e “inclusivo” que o mundo trouxe à luz, ainda
antes do Adão e a Eva terem sido expulsos do Paraíso, quando ao mínimo contacto
com algum espécime mais dado a trejeitos logo trazem ao de de cima o rosnar enviesado
e o apontamento, entre dentes, de algo estranho que estão a observar… Para não
falar no caso em que ele mais ele ou ela mais ela dão azas à sua imaginação em
público… Houvesse alarmes móveis de estrabismo à mão e logo teríamos o fim do
mundo em sinfonias!
De qualquer modo, intuo e defendo que esta
pseudo-abertura aos tempos modernos só pode mesmo dar asneira. Quase a fazer
recordar aquele conceito académico da Pax
Romana que ilustra a queda do império com o mesmo nome (só que me
masculino). Passamos demasiado tempo à procura do que pretendemos ser em detrimento
do que verdadeiramente somos. E bem, dirão alguns e direi eu também!
Acontece que, os ângelos, as clínicas dos pêlos e os ginásios e afins, de tanto
abundarem, passando pelas capas preenchidas de vidas e fotos reais de
realidades irreais, falam mais do que não somos do que verdadeiramente poderíamos
ser e que verdadeiramente importa.
Mas o mundo que lemos e perseguimos está mais interessado
em perceber que a Actiz X começou a fazer a espargata e a ir ginásio 2 horas
depois de dar à luz , tendo saído do hospital já em biquíni, do que
propriamente perceber se o que pensa, escreve(ou manda escrever como de dela
fosse), faz na sua vida é digno de memória futura sem o patrocínio duma marca qualquer…
Começo a ter algumas saudades dos tempos em que havia
ritmos… para a dor, como o luto, para os nascimentos, como o "regemento", para o
voltar à vida normal sempre que algo de extraordinário acontecia… Não advogo o conservadorismo
estéril e cristalizado… mas com tanta correria para sermos o mais frente possível
pouco tempo fica para perceber o quanto somos Homens e Mulheres, com História e
para História!