(Coimbra, ali mesmo na FPCE - UC)
Os meses e anos passam e com eles
as dinâmicas das plataformas ditas sociais (e digitais) encontram nos seus
utilizadores vários estádios (sim estádios) de alma. Do tempo em que se procura
a visibilidade, leitura e reconhecimento da multidão (dos almejados likes e seguidores que, em certos casos,
serão suficientes até para manter a sustentação do ego e a económica) até ao
tempo em que mais que tudo não queres deixar de partilhar esta ou aquela
convicção, mesmo que ninguém a leia e ou te siga.
E o meu tempo anda por aqui,
percebendo acolá os que agora se pintam e se pavoneiam, os que se mostram ao
mundo com as suas ideias de pessoas renovadas, os outros que se esfumaram daqui
para começar a parecer acolá… e em todos eles sinto aquela tentativa de nicomedização negativa da existência -como
se apagar o que fomos fosse condição essencial para sermos o que queremos para
o hoje e amanhã.
Já fui do tempo dos juízos fáceis
e até atrozes. Os telhados de vidro permitiram-ME saborear a vida com as suas/MINHAS
limitações.
E no meio disto tudo, mais não
pretendo do que continuar a procura do mais nobre de nós, sem subterfúgios de
segunda ou salvadores de primeira numa escala sempre, não duvido, de segunda e
mais para baixo. E o que sei e o que observo é que precisamos cada vez mais,
todos e cada um de nós, de intermediários.
(As coisas que escrevo inspirado
na separação recente de alguns amigos e conhecidos a quem almejava maior
longevidade nas relações que lhes conhecia! Assim não foi. Entre as várias
coisas que me doem, sabendo que a eles doerá muito mais, o não ter estado lá. A
seu tempo assim será, senão com eles, com outros!)
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