Se há maneira de terminar uma discussão é com o famoso "é relativo" ou, então, com o "é a tua opinião"... Vem a isto a propósito da relatividade com que algumas pessoas nos brindam com as suas tomadas de posições, ditas "sérias".Ou seja. Nos meus três anos de Lisboa, já percebi que Lisboa é uma cidade pequena, muito pequena.
E que aqueles que num dia, em sua cátedra, nos ditam os mais refinados saberes sobre a vida humana e outras "crenças", facilmente se encontram, numa mesa ao lado durante uma qualquer hora de almoço. E é giro ouvi-los, meio confidentes, partilhar com os colegas habituais de trabalho ou destes rituais, outras ideias, tão distintas das que os faziam uns seres de "excepção". E nós ouvimos, sem precisar de nos escondermos, disfarçados pelo passar da memória e na ausência da sala de aula...
E é por aí, e acrescento que são mais as vezes desta situação do que os dedos com que escrevo, que vou continuando na minha humilde procura. Cada vez mais alertado para as pessoas demasiado certas, os que esventram a realidade ou que tentam antecipar o futuro. Sim o coração, a vida, os filhos, a religião, o trabalho inspiram-nos desvarios existenciais...
É que de facto a vida não está escrita, vamo-la escrevendo. À nossa maneira, melhor ou pior. Não importa. Importa, parece-me, com mais hulmildade. Afinal somos feitos do "mesmo "barro". E esso é o nosso enigma essencial...
(Dedico este post a alguns "doutores" que trabalham no Instituto de Medicina Legal em Lisboa - as suas horas de almoço têm-me ensinado muito, ou não...)
(O grafito: Rua Nova de São Francisco, continuo a inspirar-me por lá)
1 comentário:
Como partilho da tua opinião.
É tão fácil tropeçar em tamanha arrogância...todos os dias. (agora já percebo porque ainda não me resolvi a ir às aulas de medicina legal! :p)
É verdade que a ideia de um futuro aberto pode ser intimidante e assustadora, mas,por outro lado, porque não renovadora e desafiante?
Desvarios existenciais, q.b.
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