(Por Leiria...)
É-me estranho falar de morte, é-me estranho ouvir
falar de morte, sempre me foi estranha esta inevitabilidade que, desde novo, me
acompanhou: a de ter de questionar "o porquê?" para pessoas que me eram tão próximas
e ainda tão necessárias…
Sem qualquer diferenciação, a existência humana e
o seu fim tem continuado o seu caminho junto de pessoas que conheço bem e menos
bem. Mais recentemente, entre pessoas mediaticamente expostas e que quase “forjaram”
o seu próprio fim e, outras, menos conhecidas (mas que a vida me permitiu o
contacto e o conhecimento maiores) mas que repentina e acidentalmente se viram privadas
da vida… (elas e os seus que tanto bem lhe queriam).
E aquela dificuldade de então, mantém-se. Sobretudo
quando me vejo confrontado com esta velha limitação que nos acompanha a todos e a
que chamamos tempo e à sua, e nossa, incapacidade de retrocesso… -Não conseguimos
andar para trás, "re-fazendo" a história.
Sem qualquer pretensão filosófica, pode-se
repetir o que um velho sábio há séculos proclamava: -Ninguém se pode banhar
duas vezes na mesma água!
E, em jeito moderno e sem qualquer alvoroço do “aproveitar a vida enquanto podes”, resigno-me a essa angústia que não me consegue extinguir a certeza de que a vida é uma conquista de momentos (de momento a momento) mas que, por vezes, esses mesmos momentos, sem qualquer explicação adicional, apenas pelo simples facto de terem acontecido, trazem à existência biológica (e psicológica, necessariamente) uma dificuldade acrescida, uma alegria, mais uma oportunidade, ou desafio, ou simplesmente o seu fim…
E, em jeito moderno e sem qualquer alvoroço do “aproveitar a vida enquanto podes”, resigno-me a essa angústia que não me consegue extinguir a certeza de que a vida é uma conquista de momentos (de momento a momento) mas que, por vezes, esses mesmos momentos, sem qualquer explicação adicional, apenas pelo simples facto de terem acontecido, trazem à existência biológica (e psicológica, necessariamente) uma dificuldade acrescida, uma alegria, mais uma oportunidade, ou desafio, ou simplesmente o seu fim…
Gostaria de explicar isto que em mim se passa sem
a memória pesada (no sentido de preenchida) com algumas histórias que vi interrompidas… não só pela
maneira trágica, mas sobretudo porque a idade fazia prever e exigia (para não
falar da realidade familiar) que mais anos fossem dados àquelas vidas... -mas
assim não foi!
-Porquê, não sei. Sei que antes como agora
continuo Crente que estes dias que nos são dados viver (ou não) deverão, MESMO, ser uma
migalha do que é a Verdadeira Existência Humana…
Estranha Semana Santa esta que me traz ao centro
do Mistério da Salvação com estas pro-Vocações… Mas, acredito-a e sei-a muito mais
estranha para quem, estes dias, teve de viver, conviver, fruto da proximidade e
da dor, com a inevitabilidade de quem vê partir quem ama… sem razão.
Talvez nunca haja uma razão. Ou razão alguma que
não a de que a vida é mesmo assim…
Em momentos como este, o silêncio torna-se a
linguagem de quem sofre, ou de quem já sofreu. E, raramente, são precisas/possíveis mais
palavras…
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