terça-feira, 15 de abril de 2014

Assunto trans-pessoal que teima em não ficar resolvido… -ou talvez esteja, em mim, sem que eu próprio saiba.


(Por Leiria...)

É-me estranho falar de morte, é-me estranho ouvir falar de morte, sempre me foi estranha esta inevitabilidade que, desde novo, me acompanhou: a de ter de questionar "o porquê?" para pessoas que me eram tão próximas e ainda tão necessárias…

Sem qualquer diferenciação, a existência humana e o seu fim tem continuado o seu caminho junto de pessoas que conheço bem e menos bem. Mais recentemente, entre pessoas mediaticamente expostas e que quase “forjaram” o seu próprio fim e, outras, menos conhecidas (mas que a vida me permitiu o contacto e o conhecimento maiores) mas que repentina e acidentalmente se viram privadas da vida… (elas e os seus que tanto bem lhe queriam).

E aquela dificuldade de então, mantém-se. Sobretudo quando me vejo confrontado com esta velha limitação que nos acompanha a todos e a que chamamos tempo e à sua, e nossa, incapacidade de retrocesso… -Não conseguimos andar para trás, "re-fazendo" a história.

Sem qualquer pretensão filosófica, pode-se repetir o que um velho sábio há séculos proclamava: -Ninguém se pode banhar duas vezes na mesma água!
E, em jeito moderno e sem qualquer alvoroço do “aproveitar a vida enquanto podes”, resigno-me a essa angústia que não me consegue extinguir a certeza de que a vida é uma conquista de momentos  (de momento a momento) mas que, por vezes, esses mesmos momentos, sem qualquer explicação adicional, apenas pelo simples facto de terem acontecido, trazem à existência biológica (e psicológica, necessariamente) uma dificuldade acrescida, uma alegria, mais uma oportunidade, ou desafio, ou simplesmente o seu fim…

Gostaria de explicar isto que em mim se passa sem a memória pesada (no sentido de preenchida) com algumas histórias que vi interrompidas… não só pela maneira trágica, mas sobretudo porque a idade fazia prever e exigia (para não falar da realidade familiar) que mais anos fossem dados àquelas vidas... -mas assim não foi!

-Porquê, não sei. Sei que antes como agora continuo Crente que estes dias que nos são dados viver (ou não) deverão, MESMO, ser uma migalha do que é a Verdadeira Existência Humana…

Estranha Semana Santa esta que me traz ao centro do Mistério da Salvação com estas pro-Vocações… Mas, acredito-a e sei-a muito mais estranha para quem, estes dias, teve de viver, conviver, fruto da proximidade e da dor, com a inevitabilidade de quem vê partir quem ama… sem razão.

Talvez nunca haja uma razão. Ou razão alguma que não a de que a vida é mesmo assim…

Em momentos como este, o silêncio torna-se a linguagem de quem sofre, ou de quem já sofreu. E, raramente, são precisas/possíveis mais palavras…

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